Espalha no espelho
a imagem desmanchada,
despejada de mim.
Deságua da memória
a lucidez insana
que o tempo profana
e subverte a razão.
Esparrama e derrama
suores, odores, sabores, amores,
líquidos desejos que embaçam o cristal.
Arrebenta e parte em estilhaços
de beijos, bocas, braços, abraços.
Pedaços de amor em partes
entre pernas e pelos
no apelo da pele.
Delírios entrecortados
por espasmos de gozo
escorrendo entre os cacos
de sonhos desfeitos.
Aspecto disforme
do espectro no espelho
imagens amorfas
perdidas em mim.
Elo
Há 16 anos
3 comentários:
sonorimageticamente belo.
Essas visões que não mudam...
não corra atrás do relógio não viu....
pq um dia ele vai sem vc.
Saudade*
Camarada, seu blog é ótimo...
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