Espalha no espelho
a imagem desmanchada,
despejada de mim.
Deságua da memória
a lucidez insana
que o tempo profana
e subverte a razão.
Esparrama e derrama
suores, odores, sabores, amores,
líquidos desejos que embaçam o cristal.
Arrebenta e parte em estilhaços
de beijos, bocas, braços, abraços.
Pedaços de amor em partes
entre pernas e pelos
no apelo da pele.
Delírios entrecortados
por espasmos de gozo
escorrendo entre os cacos
de sonhos desfeitos.
Aspecto disforme
do espectro no espelho
imagens amorfas
perdidas em mim.
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3 comentários:
sonorimageticamente belo.
Essas visões que não mudam...
não corra atrás do relógio não viu....
pq um dia ele vai sem vc.
Saudade*
Camarada, seu blog é ótimo...
Entre no nosso também: www.pstubarretos.blogspot.com
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