Espalha no espelho
     a imagem desmanchada,
     despejada de mim.
     Deságua da memória
     a lucidez insana
     que o tempo profana
     e subverte a razão.
     Esparrama e derrama
     suores, odores, sabores, amores,
     líquidos desejos que embaçam o cristal.
     Arrebenta e parte em estilhaços
     de beijos, bocas, braços, abraços.
     Pedaços de amor em partes
     entre pernas e pelos
     no apelo da pele.
     Delírios entrecortados
     por espasmos de gozo
     escorrendo entre os cacos
    de sonhos desfeitos.
     Aspecto disforme
     do espectro no espelho
     imagens amorfas
     perdidas em mim.
Acidente de Trabalho
Há 10 anos
3 comentários:
sonorimageticamente belo.
Essas visões que não mudam...
não corra atrás do relógio não viu....
pq um dia ele vai sem vc.
Saudade*
Camarada, seu blog é ótimo...
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